22/02/09

O Freixo Marca a Presença!


Já famoso é o Carnaval do Redondo. O cortejo e a antiga batalha das flores que, dadas as duas voltas do cortejo, a terceira, em vez de deitarem farinha, ovos e balões (produtos que bem mais valia serem investidos em iniciativas com mais utilidade), deitavam molhos de ervas primaverís. Foi com grande alegria que o Freixo participou no corso carnavalesco de Redondo. E de verdade marcou presença com um tema lindíssimo: as antas do Freixo, tema que vem bem a propósito nesta altura do campeonato (não o mostrasse assim o nosso blog). Uma grupada de homens e mulheres pré-históricos desfilaram atrás de uma anta situada num lugar proponderante dentro do grupo, elevada num tractor. A ideia, pela opinião que fica do senso comum, foi aplaudida e teve sucesso, brilhando no cortejo com todo o esplendor ("os de Freixo são os mais alegres"), envolvida em danças e uga-ugas feitas pelo grupo.

Fica presente mais uma vez, o investimento da Casa do Povo numa iniciativa em que o Freixo nunca tinha participado anteriormente. Foi óptimo ver todas as idades da nossa aldeia, (e também com pessoas que não são de cá mas que vieram com todo o brilho participar na festa) a desfilarem com alegria pelas ruas de Redondo e, em jeito de remate final, como não podia deixar de ser, pelas ruas do Freixo, onde foram igualmente aplaudidos! Esperamos que para o ano haja mais e que voltemos a ser uma referência de bom grupo no cortejo!




16/02/09

Dia dos Compadres


É tradição de alguns concelhos alentejanos realizar uma série de festejos que preparam a caminhada para o rubro do Carnaval. Na penúltima quinta-feira antes do Carnaval celebra-se o chamado Dia dos Compadres. Este dia é assim chamado porque é uma festa que se caracteriza por ser uma reunião restringida a homens.

No Freixo, os homens reuniram-se na passada 5.ª feira, dia 12, na Casa do Povo para comemorar a data. O evento em si é fácil de descrever: bebeu-se e comeu-se bons petiscos da região (e outros mais gerais - como é o caso da entermeada e frango assado).

Mas mais do que isso, ficou marcada uma noite alegre de cantarolada com os regressados "Ladeira a Baixo" grupo amador de cantes alentejanos, acompanhados pelas vozes sempre afinadas dos varões freixenses. No decorrer da noite esteve sempre presente um confraternização por vezes seria, por outras mais brejeira, como faz parte destas situações.

Foi bom a tradição repetir-se este ano. Deixem-me render preito à organização da Casa do Povo de Freixo por ser neste momento o único organismo vivo desta terra a ter iniciativas que vão sempre à união da sua população. Para o próximo há mais, se Deus quiser!

12/02/09

Os Monumentos Megalíticos de Freixo



Os monumentos megalíticos são um dos testemunhos mais evidentes na paisagem (senão o mais evidente) que prova que a ocupação da nossa região remonta a milhares de anos antes da nossa existência. Pela sua natureza, as antas são monumentos construidos pelo homem nos IV/III milénios a.C. e tinham como finalidade, contrariando o que nos possam dizer as lendas, servir de locais de enterramento. Aos nossos dias chegaram, na maior parte dos casos, apenas os "esqueletos" dessas construções grandiosas que, na sua forma original, eram cobertas com enormes quantidades de terra e pedra, criando uma elevação no terreno (a mamoa). A entrada era feita pelo corredor, sempre orientado a nascente.

Tais testemunhos são abundantes na região do Freixo, o que se verifica com os dados recolhidos pelo Dr. Rui Mataloto e pelo Professor Doutor Manuel Calado, no levantamento arqueológico do concelho levado a cabo e cujos resultados foram publicados na Carta Arqueológica do Concelho de Redondo em 2002.

Assim, das cerca de 50 antas localizadas na freguesia de Redondo, grande parte delas localiza-se na região do Freixo, donde se devem destacar as mais conhecidas - uma vez que em 1910 foram classificadas Monumento Nacional -, que são a Anta da Vidigueira e a incorrectamente classificada Anta do Colmeeiro, que na verdade se situa na Herdade das Casas Novas e é conhecida popularmente por esse nome, podendo induzir em erro os conhecedores do terreno e levando-os a confudi-la com uma das verdadeiras antas do Colmeeiro. Além destes dois, existem muitos mais monumentos deste género na área envolvente do Freixo, a dizer: nas herdades da Quinta do Freixo, Paço, Godinhos, Dessouras, entre outras.

Com um património tão vasto no que toca ao megalitismo, não seria de mau tom por parte da entidade autárquica, ou de qualquer outra a quem o compita, organizar uma rota de sinalização clara e evidente destes monumentos que possa superar as actuais indicações avulsas que aparecem e desaparecem e que deixam os turistas ou interessados que vêm ao Freixo na esperança de visitar as antas, perdidos, o que os leva, como é evidente, a desistirem de as procurar e a voltarem decepcionados e com uma má imagem do sítio.

Há que notar alguns progressos: a Anta da Vidigueira foi intervencionada pelo arqueólogo Rui Mataloto em 2008 e, chegando a um acordo com o proprietário, a cerca que vedava o acesso à anta foi alterada, permitindo, assim, o contacto directo dos visitantes com o monumento; a Região de Turismo de Évora também colocou placas informativas junto de alguns dos monumentos. Contudo, tais esforços foram em vão se não se apostar na sinalética.

Vamos deixar os nossos visitantes satisfeitos e vamos fazê-lo apostando no que temos de melhor. Nesse ponto, o nosso património megalítico tem, sem dúvida, lugar privilegiado.

11/02/09

Património em Renovação




Em meados do passado ano 2008 surgiu por iniciativa do pároco local, António Sanches, uma campanha de restauro da talha da Igreja de Nossa Sr.ª da Assunção do Freixo para lhe devolver o dourado original, uma vez que uma acção demente do passado imemorial a desvirtuou, aplicando-lhe porpurina. Tal campanha foi, sem dúvida, uma grande aventura para uma comunidade aparentemente com recursos insuficientes para cobrir a despesa correspondente ao restauro do altar-mor da igreja, que foi a meta estabelecida de início.

Depois de completa a primeira obra e de se ver o seu efeito solene na ornamentação do templo, achou-se que os altares laterais de St.º António, N.ª Sr.ª dos Prazeres, Cristo Cruxificado e N.ª Sr.ª do Rosário contrastavam com o brilho luminoso do altar-mor e começou-se a obra de restauro desses mesmos altares que, acrescentado à despesa da primeira obra, implicava ainda maiores esforços por parte da comunidade. A somar a estas obras foi restaurado o quadro da Ascenção de Nossa Senhora que se encontra por cima do arco da capela-mor. Fizeram-se algumas modificações: o Santíssimo foi transladado do altar-mor para o seu local original - o altar de Cristo Cruxificado (conclusão a que se chegou pelo estudo feito por entendidos na matéria) e foi retirada uma parte da talha do altar-mor, deixando assim a descoberto um dos quatro elementos terminais existentes nas pinturas de fresco da abóbada da capela-mor.

Ora, perante a realização de uma obra de esta envergadura, é caso para congratular tanto a população como a Igreja, nas pessoas dos párocos, pela iniciativa (levada a bom termo, diga-se) de salvaguarda do património local que o feito representa. É caso também para se concluir que basta um pouco de esforços por parte de todos para que se realize qualquer projecto, viável, e que traga benefícios à aldeia de Freixo, não só no ramo do património - como esta obra serve de exemplo - mas também a todos os outros níveis. Esta obra demonstrou as capacidades e o empenho de uma comunidade pequena, mas com espírito colectivo, os quais serão indispensáveis para o presente e ainda mais para o futuro que se adivinha.

O Cantar dos Reis


O Freixo cumpriu a tradição local ao, na noite do dia cinco do passado mês de Janeiro, ter cantado os Reis, numa iniciativa sob a aste da Casa do Povo.
Reunindo um grupo que englobava cerca de 20 indivíduos das mais diversas faixas etárias, as ruas do Freixo foram percorridas pela noite a fora cantando num vocal afinado, acompanhado por uma tocata organizada, constituida por acordeão, viola e bombo. O grupo bateu às portas gritando traco traco! esmola pró saco! não seja muito pequena senão cai pelo buraco! e não dispensou a garrafória da aguardente para se ir aquecendo, assim como aos visitados, numa noite branca de geada como é típico no mês de Janeiro.

O povo, como não podia deixar de ser, aderiu de boa vontade a uma tradição que renasceu à séria, uma vez que durante muitos anos os Reis deixaram de se cantar, ainda que de há uns anos para cá um grupo de gaiatos se tenha lembrado de a reiniciar com sucesso.

Os donativos foram avultados e servirão para uma iniciativa de confraternização organizada pela Casa do Povo a toda a comunidade, donde todos eles emanam.

Foi uma noite plena de alegria, de descargo de consciência pelo cumprir da tradição por parte da comunidade freixense.

10/02/09

Nota de Abertura


Caros conterrâneos freixenses,

É com imenso gosto e orgulho que damos abertura a um espaço que no vasto mundo da internet se reserva à nossa bonita terra que é a aldeia do Freixo. Foi criado com o objectivo de transmitir notícias - oficiais ou não - que são do interesse de todos os que apreciam e vivem nesta bonita aldeia no sopé da Serra d'Ossa.

Pretende ao mesmo tempo tornar-se um espaço útil que procurará, através do diálogo aberto, dar aso a iniciativas (ou até mesmo críticas) construtivas que contribuam para o desenvolvimento da aldeia e bem-estar dos seus habitantes, ao mesmo tempo que procurará relembrar algumas datas importantes, tradições e factos históricos relativos à terra.

Este blog não tem quaisquer intúitos descriminatórios, mal-dicentes, ou desunidores, pelo contrário é um blog que apela à união de todos os "amigos da terra" para que se possa dizer à próxima geração, que será de um número bem mais diminuto do que a actual: o Freixo existe!

A todos vós, um grande bem-haja!